A Respiração Holotrópica é uma técnica terapêutica e de exploração da consciência desenvolvida por Stanislav Grof, um psiquiatra tcheco-americano. Ela se baseia na ideia de que a respiração profunda e acelerada, combinada com a música e o apoio de facilitadores, pode induzir estados de consciência alterados, sem a necessidade do uso de substâncias psicodélicas. Durante uma sessão de Respiração Holotrópica, os participantes deitam-se em colchonetes, vendam os olhos e começam a respirar de forma intensa e consciente, o que pode levar a experiências profundas, reveladoras e terapêuticas. A técnica é usada como uma ferramenta para explorar o inconsciente, resolver traumas, acessar insights espirituais e promover o crescimento pessoal. É frequentemente praticada em grupos, com o apoio de facilitadores treinados. O termo “holotrópica” refere-se à ideia de que a experiência pode levar a uma maior integração e harmonia na mente, corpo e espírito.
A Ciência por Trás da Respiração Holotrópica
A Ciência por Trás da Respiração Holotrópica baseia-se na compreensão de que a modificação consciente da respiração pode influenciar profundamente a psique e o estado de consciência das pessoas. Essa técnica terapêutica busca explorar os efeitos da respiração profunda e acelerada, em conjunto com a atenção plena, como um meio para acessar estados de consciência alterados e promover a cura emocional e espiritual, fornecendo uma perspectiva única sobre a interconexão entre a respiração e a mente.
Respirar, um ato cotidiano automático, mas vital. Passamos a maior parte do tempo sem perceber que estamos respirando, e como estamos respirando. Ocupados e entretidos nos processos da mente, mal nos damos conta da inteligência corporal, que cuida sozinha desse processo fantástico e vital. Mas bastam alguns poucos segundos sem ar, e a vitalidade do processo se torna instantaneamente óbvia.
Um Ato Vital e Inconsciente
Em contextos científicos, respirar é definido como o processo de inalar e exalar o ar, durante o qual ocorre a troca de moléculas gasosas entre o corpo e o meio ambiente – nós captamos mais oxigênio e exalamos mais gás carbônico, por exemplo, enquanto as plantas fazem o oposto.
Respirar: Mais do que Trocar Gases
Mas em contextos mais amplos, atribuímos à palavra respirar inúmeros outros significados, como de sentir alívio, de descansar, repousar, ou de exprimir, manifestar e revelar: “tudo aqui respira alegria.”
A Dualidade da Respiração
O outro lado da moeda é a falta de ar, que é associada a coisas ruins, ao desconforto, sufoco, pânico, desentendimento e morte.
A Profunda Conexão entre Respiração e Mente
Esta breve reflexão nos leva a um lampejo de uma realização profunda que é explorada sistematicamente por várias culturas faz milênios. O ato de respirar é central em toda nossa fisiologia e psique. E diversas técnicas foram desenvolvidas, desde as mais simples, praticadas por qualquer um em momentos de desalento – “calma, respira!” – até outras mais sofisticadas, como os exercícios de pranayama da yoga e as várias técnicas respiratórias que formam um dos pilares centrais das práticas meditativas.
A Arte de Controlar a Respiração
Ao focar na respiração, e voluntariamente modificá-la, aprofundando, acelerando ou lentificando, ou até mesmo parando por determinado período, podemos exercer efeitos em nossa psique. Até mesmo quando o objetivo não é esse, o resultado aparece: mergulhadores sentem com frequência os efeitos relaxantes e de abertura da mente enquanto estão de baixo d’água, mesmo que não se dêem conta de que estão, de certa forma, meditando, pois a concentração na respiração tem que ser intensa.
Stanislav Grof e a Revolução da Respiração
Atenção na respiração foi uma das brilhantes sacadas de Stanislav Grof, psiquiatra Tcheco que vive nos EUA, ainda nos anos 60. Grof foi o último pesquisador a encerrar suas pesquisas com substâncias psicodélicas após a proibição, que começou a vigorar nos EUA no fim dos anos 60. Após este baque, que encerrou o que alguns ainda consideram “a era de ouro da psiquiatria”, Grof passou por um período de reavaliação de suas descobertas e rumos profissionais: ele conduziu milhares de sessões terapêuticas com LSD e arquivou uma infinidade de papéis e documentos sobre seus pacientes – e também mais alguns milhares fornecidos por seus de colegas.
Explorando a Consciência com a Respiração
Essa revisão transcorreu ao longo de alguns anos, durante os quais Grof participou e organizou seminários inéditos e únicos no Instituto Esalen, na Califórnia. Interessados no fenômeno da consciência de maneira ampla e não-reducionista se encontraram periodicamente em um local telúrico. Monges, cientistas, médicos, gurus, mestres de artes marciais, artistas, cientistas, empresários, exploradores etc. Todos reunidos com a finalidade de explorar, aprender e desenvolver novas técnicas para a vivência segura dos estados extra-ordinários de consciência.
A Respiração Holotrópica: Uma Jornada Profunda
Um dos resultados desta jornada foi a criação, por Stan Grof e sua esposa, Christina Grof, da técnica de Respiração Holotrópica. É uma abordagem de autoexploração e terapia, que pode ser vivenciada em sessões particulares, mas mais comumente é praticada em grupo. Os participantes formam duplas. Enquanto um “respira”, o outro cuida. E a equipe treinada fica de prontidão, circulando pela sala, atendendo os casos de necessidade, conforme vão surgindo. O respirar aqui não é o respirar automatizado e inconsciente do dia a dia. É um respirar focado, atento, consciente. Respira-se profundamente e aceleradamente, deitado em um colchonete, de olhos fechados ou vendados.
Saiba mais sobre esse assunto assistindo alguns vídeos.